Sistema Campo Limpo
Responsabilidades compartilhadas: cada elo da cadeia faz sua parte
O Sistema Campo Limpo manifesta a preocupação de toda a cadeia com a sustentabilidade da atividade agrícola e a conservação do meio ambiente.
Presente na Lei 9.974/00, o conceito de responsabilidade compartilhada identifica o papel de cada membro na destinação adequada das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Responsáveis pelos resultados do Sistema, os elos da cadeia são os agricultores, distribuidores e cooperativas, indústria (representada pelo inpEV) e o poder público.
Esse comprometimento garante que 94% de embalagens primárias (que têm contato com o produto) comercializadas ano a ano sejam destinadas corretamente e torna o Brasil a maior referência mundial na gestão desses materiais.
Em 2016, o Sistema alcançou mais um marco, ultrapassando as 400 mil toneladas de embalagens vazias destinadas de forma ambientalmente correta – desde o início de sua operação, em 2002, totalizando 410 mil toneladas.
“Um ponto fundamental para o sucesso do inpEV é o relacionamento entre todos os elos da cadeia agrícola. A atitude integradora é um dos valores e uma prática do inpEV. A responsabilidade que cada um toma para si é visível e é impressionante como isso faz a diferença!”
Antônio Carlos do Amaral, Gerente de Operações Norte e Nordeste, no inpEV desde 2005
Unidades de recebimento
O Sistema Campo Limpo conta com 411 unidades de recebimento em todo o país. Divididos em centrais e postos, esses espaços são gerenciados por associações de distribuidores de defensivos agrícolas, exceto as cinco centrais administradas pelo inpEV.
O canal de distribuição dos defensivos agrícolas é responsável pela gestão dessas unidades. O inpEV busca orientar e disseminar boas práticas em temas como práticas trabalhistas, segurança e administração financeira, embora não tenha responsabilidade sobre a gestão dessas unidades.
Tanto os postos quanto as centrais de recebimento atendem às determinações da resolução CONAMA 465/14 quanto ao licenciamento ambiental e realizam as seguintes atividades:
- Recebimento de embalagens lavadas e não lavadas;
- Inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não lavadas;
- Emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens;
- Separação das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, metálica, papelão);
- Compactação das embalagens por tipo de material (somente centrais);
- Emissão de ordem de coleta para que o inpEV providencie o transporte para o destino final (reciclagem ou incineração) (somente centrais).
Uma série de iniciativas tem contribuído para garantir um ambiente seguro de trabalho das unidades do SCL. Entre eles, a implantação de um checklist de logística, lançado em 2015 e que se expandiu no ano passado, em que motoristas e operadores das centrais utilizam uma lista de verificação de carregamento de embalagens com os requisitos de segurança preventivos. Em outra melhoria adotada em 2016, profissionais do inpEV e um fornecedor especializado desenvolveram uma nova ferramenta que vai contribuir para a segurança dos operadores das centrais: um rebarbador foi especialmente desenhado para ajudar na remoção de lacres, rótulos, abertura de caixas ou bolsas plásticas, substituindo e padronizando os diferentes tipos de ferramentas de corte adotadas anteriormente. A necessidade de melhoria dessa etapa foi identificada na análise de indicadores de acidentes e incidentes nas centrais. Como uma ferramenta específica, o instrumento tem o tamanho adequado, funcionalidade e lâmina com área de corte reduzido, entre outros aspectos. Após a rodada de testes, o instrumento será disponibilizado e poderá ser adotado em todas as centrais a partir de 2017.
O tema da segurança é recorrente também nos encontros promovidos pela gerência de Operações do inpEV com os gestores das centrais. As reuniões ocorrem pelo menos duas vezes ao ano, divididas por regiões, e servem para alinhar as estratégias e fortalecer as ações do Sistema. Apesar dos esforços, em 2016 ocorreu um aumento de 3% nos acidentes registrados nas 411 unidades – o que representa um caso a mais do que no ano anterior. Nas unidades gerenciadas pelo inpEV, o índice de acidentes foi zero. Vale ressaltar que o Sistema não registrou nenhum acidente com vítimas fatais ao longo desses 15 anos.
Segurança
Em 15 anos, o SCL não registrou nenhum acidente com vítimas fatais
Gestão da qualidade
Também no intuito de auxiliar os gestores das centrais a ganhar eficiência e adotar boas práticas, o inpEV implementou um programa que tinha por objetivo a revisão da qualidade dos processos adotados. Com o auxílio de uma consultoria, a análise incluiu questões administrativas, de legislação, segurança e gestão ambiental, entre outros aspectos. Em 2016, terceiro e último ano do projeto, 93 centrais foram avaliadas, 40 delas presencialmente. Cada central recebeu o diagnóstico da sua unidade, o que vai ajudar no processo de melhoria contínua da gestão.
O programa também faz parte dos esforços do inpEV para aprimorar a gestão das unidades de recebimento com benefícios relevantes a todo o Sistema Campo Limpo. Um manual com orientações sobre processos de seleção, admissão, demissão e descrição de cargos, entre outros temas, foi disponibilizado aos gestores destas unidades, visando uniformizar processos e replicar boas práticas.
Responsabilidade de cada um
Previsto em lei, o conceito de responsabilidade compartilhada define o que cabe a cada elo da cadeia:
Agricultores
Fazer a tríplice lavagem, inutilizar e devolver a embalagem vazia
Canais de distribuição
Indicar o local de devolução na NF de venda, manter os locais de recebimento e receber as EVs
Educação e conscientização
Fabricantes
Destinação final e logística
Educação e conscientização
Poder público
Fiscaliza, orienta e licencia a operação das unidades de recebimento. Também apoia as ações de educação e conscientização
Novas fronteiras
O inpEV acompanha o avanço da produção agrícola e busca adequar a estrutura do Sistema Campo Limpo para garantir a sua capilaridade. As chamadas novas fronteiras, especialmente a conhecida como Matopiba, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, contam com novas unidades de recebimento inauguradas nos últimos anos. Em 2016, a rede se expandiu para outras regiões em decorrência da demanda crescente no país, com a inauguração de dois postos de recebimento de embalagens vazias em Paraúna e Formosa, em Goiás, e de um posto na cidade de Redenção, no Pará.
Centrais do inpEV
Em 2016, duas novas centrais passaram a ser gerenciadas pelo inpEV, totalizando cinco unidades de recebimento coordenadas diretamente. Essa integração gera conhecimento e aproxima ainda mais os profissionais do inpEV da realidade das centrais. O objetivo é que essas centrais sediem treinamentos de funcionários de unidades em suas regiões e também se tornem referência para a inovação e a disseminação de boas práticas.
As duas novas centrais do inpEV são Boa Vista do Incra (RS) e Unaí (MG), que antes funcionavam sob a gerência de associações de distribuidores e de uma cooperativa, respectivamente. As unidades se somam a Alto Parnaíba (MA), Rondonópolis (MT) e Taubaté (SP).
Inovação e tecnologia
A inovação está presente no inpEV desde o início de sua atuação, quando desenhou um sistema inédito de logística reversa para embalagens vazias de defensivos agrícolas. Inovar significa definir estratégias, criar novos caminhos e trazer melhorias aos seus processos, a fim de ganhar eficiência e ampliar a abrangência do Sistema Campo Limpo.
Para pensar os desafios dos próximos anos, em um horizonte de médio e longo prazo, o inpEV desenvolverá a partir de 2017 o projeto Central do Futuro. Compreender o tipo de construção que pode gerar mais eficiência e as novas tecnologias de uso mais racional de água e energia, por exemplo, fazem parte do estudo. O objetivo é estar atento às inovações e ampliar a segurança e o atendimento das questões socioambientais. As atuais centrais também darão sua contribuição, avaliando e partilhando boas práticas que possam ser replicadas. O projeto pretende acompanhar ainda as evoluções da agricultura e dos defensivos agrícolas, pensando no sistema mais adequado para o futuro.
Em 2016, profissionais do inpEV, em conjunto com consultores parceiros, também desenvolveram o protótipo de uma nova prensa para compactação de embalagens. Com capacidade três vezes maior do que as atuais máquinas utilizadas nas centrais, essa tecnologia passa por avaliações finais que vão definir sua viabilidade para o Sistema.
Fundamentos do Sistema Campo Limpo
Legislação
Atribui responsabilidades específicas a cada elo da cadeia agrícola
Integração
Envolvimento de todos os elos desde o início do Sistema
Educação e conscientização
Esforços contínuos e consistentes
Gestão de processos e informação
Orientando a tomada de decisão com foco no aumento da produtividade, eficiência, geração e captura de valor.