Mensagem do Presidente

15 anos de estrada

João Cesar M. Rando
Diretor-presidente

G4-1, G4-2
O inpEV foi criado há 15 anos e ajudou a constituir uma grande rede integrada que recupera e destina corretamente 94% das embalagens primárias de agroquímicos comercializadas pela indústria fabricante. Somamos mais de 410 mil toneladas de materiais destinados no período, com índice de reciclagem de mais de 90% do volume anual. Também passamos a receber as sobras de produtos que o agricultor tem na propriedade, trazendo a solução para esse difícil problema.

A criação do instituto foi resultado de um trabalho que começou a ser realizado dez anos antes. Desde 1992, discussões sobre o fluxo das embalagens vazias eram realizadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), em parceria com outras entidades.

O inpEV representa a indústria fabricante nas suas responsabilidades relacionadas à logística reversa das embalagens, definidas em lei. Uma das principais contribuições do instituto para o êxito desse sistema foi conseguir articular e mobilizar todos os elos da cadeia. Reunir fabricantes, distribuidores, agricultores e o governo e constituir uma rede para compartilhamento de conhecimentos, gerando educação e engajamento, foram atividades fundamentais para alcançarmos nossos objetivos. Essa atitude integradora, um de nossos valores, está presente em tudo o que fazemos. Nossa estrutura de governança garante a representatividade desses elos e é um importante meio de diálogo e transparência.

Também não seríamos uma referência mundial se não tivéssemos provocado rupturas. A inovação está presente em toda a nossa trajetória, a começar pela própria criação do inpEV. Como núcleo de inteligência do Sistema, o instituto desenvolveu tecnologias e processos que gerassem a máxima eficiência. Investimos em tecnologia da informação para gerenciar o processo de logística reversa, numa rede de transporte complexa que envolve, em média, de 60 a 70 caminhões por dia, para mais de dez destinos diferentes. Toda essa movimentação é rastreada e envolve ainda as mais de 400 unidades de recebimento. O Sistema é tão sofisticado que nos permite o acompanhamento quase em tempo real da demanda e dos custos por quilo de material transportado e por tipo de produto, entre outras informações.

Pioneirismo

"Não seríamos referência se não tivéssemos provocado rupturas. A inovação está presente em nossa trajetória"

Atuamos intensamente na educação e no engajamento da cadeia e comunidades de entorno das unidades de recebimento por meio de iniciativas como o Dia Nacional do Campo Limpo, evento anual que já contabilizou mais de 1 milhão de pessoas visitando as unidades, e o Programa de Educação Ambiental Campo Limpo, um conjunto de materiais que apoia o professor em sala de aula.

O ano de 2016 foi desafiador para todos os segmentos e impactou também o nosso negócio. Revisamos a meta de destinação final, reduzindo em 2 mil toneladas o volume de embalagens vazias. Isso ocorreu por um conjunto de fatores: instabilidades climáticas em regiões importantes para o agronegócio, crescimento do uso de novas variedades de sementes, mais resistentes a pragas e que demandam menor uso de agroquímicos, e aumento do contrabando de defensivos agrícolas.

Graças à eficiência e ao monitoramento contínuo de todo o Sistema, conseguimos antecipar a tendência do ano e adequamos nossa expectativa para 2016 no meio do ano. Com isso, tivemos tempo para fazer os ajustes necessários em orçamento e processos. Esforço igualmente feito pelas unidades de recebimento, que precisaram se adequar à nova realidade.

Cooperação

"Com a participação de toda a cadeia, nós nos tornamos referência em logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil e no mundo"

As dificuldades do ano não nos impediram de desenvolver novos projetos. Passamos a receber as embalagens com sobras de produto, após a alteração da resolução Conama 465/2014. Estamos orientando as centrais de recebimento a realizarem as adequações necessárias para receber esses materiais – que depende de obras físicas nas instalações, de novos procedimentos e de um novo processo de licenciamento para operação. Mais de 60 centrais já estão aptas – nosso compromisso é chegar a 100% até o fim de 2017. A destinação correta das embalagens com sobras tem importante efeito positivo para o meio ambiente, pois evita que os agricultores mantenham em suas propriedades esses produtos em condições não adequadas ou façam uma destinação irregular. É mais uma demonstração do pioneirismo do setor.

Outra quebra de paradigma e ruptura foi a idealização e implantação da Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S/A, que fabrica embalagens para agroquímicos a partir da resina reciclada, e da Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas Ltda, que produz tampas e resina pós-consumo. Além de fechar o ciclo da gestão das embalagens pós-consumo dentro da indústria, contribui para a redução do custo do Sistema Campo Limpo.

Temos orgulho das nossas realizações e seguiremos empenhados para ampliar a captura de valor e reinvestir os ganhos na autossuficiência do SCL. Temos potencial de compartilhar nosso conhecimento com outros setores interessados em desenvolver sua cadeia de gestão de logística reversa dos resíduos pós-consumo. Também acompanhamos as novas geografias e os avanços da biotecnologia e da indústria de embalagens para nos prepararmos para os desafios do futuro.

Essa estratégia nos dá a confiança para olhar o nosso passado com a certeza de um trabalho bem-feito, ao mesmo tempo em que nos preparamos para os próximos 15 anos! Agradecemos a colaboração de todos que fazem parte desta trajetória e que possibilitaram todas as conquistas.

Uma boa leitura!