Jorge Buzzetto, da Syngenta, ressalta a importância do inpEV para a evolução do sistema de logística reversa no Brasil
“Com o apoio do setor como um todo, a agricultura sustentável segue expandindo no Brasil. E nós temos participação ativa nesta evolução”, destaca o executivo, diretor de Operações Suplly Latam da multinacional e presidente do Conselho Diretor do inpEV.
Jorge Buzzeto é engenheiro químico formado pela PUC-RS, com pós-graduação e MBA em administração. Está na Syngenta há mais de 24 anos, onde atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações Suplly Latam. Tem forte atuação no inpEV e Sistema Campo Limpo, sendo presidente do Conselho Diretor do Instituto. Em entrevista ao Portal do Sistema Campo Limpo, o executivo destaca a importância do trabalho desenvolvido no Instituto, faz um balanço de sua gestão e exalta a sustentabilidade no agro brasileiro.
1) A Syngenta é associada ao inpEV há mais de 20 anos. O que esse compromisso representa para a empresa?
A Syngenta foi uma das pioneiras na criação do inpEV e sempre participou ativamente do Conselho Diretor da Instituição. Vemos o inpEV como fundamental à indústria, tanto pela gestão da logística reversa das embalagens vazias quanto pela função social que o Instituto exerce, fazendo com que este material recebido do campo gere receita para quem está envolvido nesta cadeia de valor. Para a Syngenta, isto sempre foi de crucial importância e está totalmente alinhada com nossa agenda de sustentabilidade. Inclusive, divulgamos recentemente nossas novas prioridades de sustentabilidade, avançando em nossa agenda de ESG, e o tema de reciclagem de embalagens vazias se encaixa perfeitamente em nosso compromisso de Operações Sustentáveis.
2) Qual balanço de seu novo ciclo à frente do Conselho Diretor do inpEV?
Acredito que tenho me envolvido no Conselho Diretor do inpEV há mais de 5 anos, ora como Presidente do Conselho, ora como Vice-Presidente ou membro representante da Syngenta. Neste novo ciclo, entendo que estejamos dando continuidade ao trabalho exemplar de outros anos em busca de otimizar o sistema e buscar a autossustentabilidade financeira do inpEV, bem como de reforçar a Governança Corporativa do Instituto. Acabamos de definir o plano estratégico para os próximos 5 anos e temos definidas ações que maximizam nossas opções e, mais do que isso, definimos um plano de expansão de nossas centrais de recebimento e processamento de embalagens no sentido de acompanhar o crescimento da agricultura no Brasil. Acabamos de inaugurar Centrais no RS, expandimos centrais no Mato Grosso e estamos indo para Gurupi no Tocantins, seguindo o movimento de expansão da agricultura no Brasil.
3) O Brasil atingiu, recentemente, a marca de 750 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinadas corretamente. O que contribui para que o Sistema Campo Limpo seja uma referência mundial em logística reversa desses materiais?
O fato de que termos este volume de recebimento, o que representa aproximadamente 95% das embalagens geradas no Sistema. Também geramos valor aos recicladores quando eles usam estes materiais recebidos para gerar novos produtos, como condutores elétricos e materiais de uso em saneamento, entre outros. O sistema é um sucesso, o que nos orgulha bastante.
4) A indústria fabricante de defensivos agrícolas é um importante elo da cadeia do Sistema. Quais os principais desafios na atuação desse e dos demais elos para que o programa de logística reversa seja cada vez mais eficiente e aprimorado?
O Sistema é dependente de muitos elos da cadeia como distribuidores, cooperativas, agricultores, órgãos de governo e a própria indústria. Posso dizer que o Programa tem o apoio destes diversos atores, mas sempre temos que garantir que estas relações estejam balanceadas e baseadas na lei e na confiança de todos os atores. Nosso trabalho, como inpEV, também é de reforçar estes elos da cadeia com proximidade e excelência em nossas operações de logística reversa.
5) Na sua opinião, as práticas sustentáveis no campo têm acompanhado a expansão do agro brasileiro?
Sem dúvida alguma. O Brasil tem uma legislação muito clara sobre proteção de mananciais, de seus biomas, de manutenção das propriedades rurais e o agro tem evoluído muito em novas geografias, em rastreabilidade de seus produtos e assim por diante. Práticas regenerativas, como plantio direto e rotação de culturas, já são aplicadas há anos por agricultores brasileiros, que estão cada vez mais atentos às necessidades ambientais, bem como, às expectativas dos consumidores finais. Com o apoio do setor como um todo, a agricultura sustentável segue expandindo no Brasil. E nós, como inpEV, temos participação ativa nesta evolução.