Em entrevista especial, executivo da Bayer destaca iniciativas sustentáveis da companhia e atuação junto ao inpEV
“O trabalho do inpEV como entidade gestora do Sistema Campo Limpo é vital para garantir que as embalagens vazias sejam processadas de maneira segura e sustentável”, ressalta Tiago Santos, diretor de Marketing de Proteção de Cultivos da Divisão Agrícola da multinacional

Tiago Santos é diretor de Marketing de Proteção de Cultivos da Divisão Agrícola da Bayer, uma das maiores empresas dos setores da saúde e agrícola do mundo. Formado em Engenharia Agronômica pela Unesp, tem mais de 20 anos de atuação no agronegócio brasileiro. Acumula experiência em empresas do ramo nas áreas técnicas, de vendas e marketing, com grande proximidade aos agricultores brasileiros. Nessa entrevista exclusiva ao Portal do Sistema Campo Limpo, o executivo destaca algumas iniciativas sustentáveis da companhia e fala sobre a importância do trabalho do inpEV, por meio do Sistema Campo Limpo.
1. Quais ações a Bayer tem desenvolvido para garantir a destinação correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas?
A Bayer tem implementado diversas ações para garantir a destinação correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas, visando preservar o meio ambiente, a segurança do trabalhador rural e do consumidor. Esse compromisso abrange todas as fases do ciclo de vida dos produtos, desde o desenvolvimento até a descontinuação, assegurando uma gestão segura e sustentável.
Temos várias iniciativas de orientação, rastreamento e apoio a programas em todo o mundo para garantir a reciclagem e eliminação seguras de embalagens e recipientes vazios. Só no Brasil, mais de 750 mil toneladas de embalagens foram destinadas desde 2002 por meio do Sistema Campo Limpo e do inpEV, do qual somos associados desde a sua constituição. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias conta com uma ampla operação de logística reversa das embalagens vazias de produtos da indústria de defensivos agrícolas, assegurando sua correta destinação. O país é referência na destinação ambientalmente correta desses materiais.
Essa parceria também nos permitiu desenvolver programas de design de embalagens ecologicamente corretas, implementar treinamentos para distribuidores e agricultores sobre o manuseio adequado dessas embalagens e testar opções de reciclagem de plástico.
2. Que outras iniciativas relevantes da companhia relacionadas à sustentabilidade você destaca?
A sustentabilidade permeia todas as nossas estratégias de negócio. Começamos dentro de casa e em nossas unidades fabris. A Bayer assumiu o compromisso de se tornar neutra em carbono e de reduzir em 30% a pegada de gases de efeito estufa no campo até 2030, por meio de medidas de eficiência energética e captura de carbono. Desde janeiro, 10 de nossos sites consomem energia de matriz 100% renovável e, até o final deste ano, serão 11 unidades no Brasil, incluindo Camaçari (BA). Este importante avanço é resultado de uma parceria firmada para os próximos 10 anos e já reduziu em 29% nossa emissão de CO2 em 2023, em comparação com 2019.
Desenvolvemos várias iniciativas de food chain e para escalar a agricultura regenerativa. Nosso programa de Carbono é referência no Brasil. Junto à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outros parceiros, estamos cocriando um mercado de carbono para agricultores, estimulando a adoção de práticas agrícolas regenerativas, aliando produtividade à redução e mitigação do impacto no meio ambiente, expandindo nosso olhar para adaptação e regeneração. Para a Bayer, a agricultura regenerativa é um modelo de produção baseado em resultados. Melhorar a saúde do solo é uma parte fundamental. Outros aspectos fundamentais incluem a mitigação das mudanças climáticas por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa e do aumento da remoção de carbono, a manutenção, preservação ou restauração da biodiversidade nas explorações agrícolas, a conservação dos recursos hídricos por meio da melhoria da retenção de água e da diminuição do escoamento, além da melhoria do bem-estar social e econômico dos agricultores e das comunidades.
3. Quais são os principais desafios que a Bayer enfrenta na implementação dessas práticas sustentáveis?
Atualmente, temos dois grandes desafios ao apoiar os agricultores na intensificação de práticas sustentáveis. Um deles é a mensuração dessas ações, especialmente quando olhamos para o sequestro e as emissões de carbono na agricultura. Temos evoluído nesse aspecto por meio de nossa parceria com a Embrapa para tropicalizar as ferramentas de mensuração de carbono no ecossistema agrícola, nos programas de Carbono da Bayer. Outro desafio é escalar as soluções para que cada vez mais agricultores possam aderir a essas práticas e acessar diferentes elos da cadeia, considerando a demanda crescente por produtos que atendam a diversos critérios socioambientais, desenvolvendo seus negócios em conformidade com novas e rigorosas regulamentações climáticas no mundo todo.
4. Como avalia os resultados do Sistema Campo Limpo em termos de impacto ambiental e sustentabilidade?
Avaliamos os resultados do Sistema Campo Limpo como altamente positivos em termos de impacto ambiental e sustentabilidade. Desde 2002, o inpEV, por meio deste programa, tem desempenhado um papel crucial na destinação correta das embalagens de defensivos agrícolas, sendo um dos programas mais bem-sucedidos no mundo. Esse esforço e a parceria entre toda a cadeia têm contribuído substancialmente para a preservação do meio ambiente, reduzindo a contaminação do solo e da água e promovendo a reciclagem de materiais.
5. Gostaria que falasse da importância do trabalho do inpEV como entidade gestora Sistema.
O trabalho do inpEV como entidade gestora do Sistema Campo Limpo é vital para garantir que as embalagens vazias sejam processadas de maneira segura e sustentável. Ao colaborar com essa iniciativa, a Bayer reafirma seu compromisso com a responsabilidade ambiental, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente.