Em setembro o diretor-presidente do inpEV, Marcelo Okamura esteve no Vietnã para participar do CropLife International Container Management Symposium, um evento global que reuniu especialistas de diversos países para discutir o futuro da gestão de embalagens e plásticos. O tema da sustentabilidade e a destinação correta de resíduos têm ganhado espaço em fóruns globais e o Brasil foi um dos grandes destaques, com o modelo de logística reversa do inpEV sendo amplamente reconhecido como referência mundial.
Segundo Marcelo Okamura, foi um orgulho compartilhar a experiência do inpEV e observar o impacto positivo que o Instituto tem gerado por meio do pioneirismo. “Há mais de 15 anos, o Brasil deu um passo à frente no uso de resinas de pós-consumo na produção de embalagens de defensivos agrícolas. Esse movimento nos colocou à frente de muitos países quando o assunto é economia circular. Hoje, essas embalagens são totalmente recicláveis, sendo reutilizadas para a criação de novos artefatos, o que transforma resíduos em novos produtos, fechando o ciclo de vida das embalagens.”
“Nosso grande trunfo nessa área é o Sistema Campo Limpo, o primeiro programa de logística reversa no agronegócio do mundo, coordenado pelo inpEV. Ele garante que 100% das embalagens vazias de defensivos agrícolas recebidas tenham a destinação ambientalmente correta. E os números são impressionantes: 97% são recicladas, enquanto 3% são incineradas de forma controlada. Além disso, desde 2017, também começamos a receber sobras pós-consumo de defensivos, aumentando ainda mais o impacto positivo dessa operação.”
Ainda de acordo com o diretor-presidente, chamou a atenção todo reconhecimento internacional do inpEV. “Países como Austrália e Argentina estão utilizando o Brasil como referência para implementar sistemas semelhantes. Nosso modelo tem sido replicado para garantir que as embalagens também tenham uma destinação correta e sustentável em outras partes do mundo. O que começamos há mais de uma década agora está servindo de inspiração global.”
O Papel do Brasil na Agenda Global
Ao longo do simpósio, ficou claro que o Brasil é visto como uma liderança natural quando o assunto é gestão de embalagens de defensivos agrícolas. E isso foi reforçado pelas discussões sobre como outros países estão buscando seguir os mesmos passos. O inpEV, como gestor do Sistema Campo Limpo, é uma peça central nesse processo. A capacidade do sistema em garantir a correta destinação de embalagens é um exemplo de como a sustentabilidade pode ser aplicada de forma prática e eficiente.
Outro ponto de destaque foi a participação da China no evento, que também está avançando em sua capacidade de reciclagem de plásticos. A China destacou um aumento significativo no volume de plásticos reciclados, colocando-se ao lado do Brasil em termos de esforços globais nesse setor. No simpósio, o Brasil e a China foram os únicos países a terem espaço de apresentação e serem destacados por suas práticas avançadas, além do Vietnã, que, como país-sede, também apresentou suas iniciativas locais.
Um Olhar Mais Atento Sobre o Impacto
Um dado curioso que surgiu nas discussões foi o de que o Brasil gera apenas 1,3% de todo o lixo plástico do mundo. Apesar desse percentual relativamente baixo, a importância do trabalho do inpEV na gestão de embalagens de defensivos agrícolas se destaca pela eficiência. Embora o volume dessas embalagens seja pequeno no contexto geral, 100% delas têm destinação correta, o que demonstra como o Brasil tem atuado de forma eficaz nesse campo.
Além disso, a participação do Brasil no simpósio reforçou a ideia de que não basta apenas reduzir o volume de resíduos, mas sim garantir que eles sejam tratados da maneira correta. “Com a logística reversa e a utilização de resinas de pós-consumo, conseguimos não apenas dar uma destinação adequada, mas também reutilizar materiais que, de outra forma, seriam descartados e assim preservar o meio ambiente. O conceito de economia circular é uma realidade para nós há anos, e isso ficou evidente nas apresentações e nos debates que ocorreram ao longo do evento.”, finaliza Marcelo Okamura.
O inpEV, como responsável pela gestão do Sistema Campo Limpo, foi citado diversas vezes como um pilar fundamental para o sucesso dessa iniciativa no Brasil. A experiência brasileira não só colabora para um ambiente mais limpo, mas também gera impacto econômico, promovendo inovação e eficiência.