GRI 2-6, 301-3
O
Sistema Campo Limpo é o sistema brasileiro de logística reversa de embalagens vazias ou com sobras pós-consumo de defensivos agrícolas, que tem sua atuação regulamentada pela Lei de Agrotóxicos (Lei Federal nº 7.802/1989) e pelo Decreto Federal nº 4.074/2002.
Em operação desde 2002, o Sistema Campo Limpo se tornou referência mundial em logística reversa e exemplo de economia circular. Sua capilaridade em todo o território nacional e a contínua evolução de seus processos garantem que 100% das embalagens primárias1 plásticas rígidas (lavadas e não lavadas) e 93% de todas as embalagens plásticas (primárias e secundárias) recebidas pelo Sistema sejam recicladas. Somando todas as embalagens primárias e secundárias (plásticos, metal, papelão e tampas), 80% das embalagens de defensivos comercializados anualmente no Brasil retornam ao Sistema e têm a destinação ambientalmente correta assegurada.
O êxito do Sistema Campo Limpo só é possível graças ao compromisso dos diversos elos da cadeia agrícola: indústria fabricante, canal de distribuição (associações de revendas e cooperativas), agricultores e poder público. A legislação regulamenta o papel e as responsabilidades de cada elo. Representando a indústria fabricante, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) é a entidade gestora do Sistema.
1 Embalagens que têm contato com o produto
SINERGIA ENTRE POSTOS E CENTRAIS
São diversas as práticas que asseguram o trabalho em sinergia das centrais e postos. Com o Programa Integrar, por exemplo, os postos de determinada região contam com o suporte permanente da central sob gestão do inpEV mais próxima.
Em 2022, o Programa Integrar promoveu encontros de dois dias para mais de 100 profissionais dos postos do entorno das centrais de Cacoal (RO), Linhares (ES), Patrocínio (MG) e Ponta Grossa (PR).
As capacitações – teóricas e práticas – abordaram processos operacionais e de saúde e segurança, atendimento à legislação e aspectos motivacionais.
ECONOMIA CIRCULAR NO PRÓPRIO SETOR
GRI 306-2
A resina pós-consumo das embalagens de defensivos agrícolas dá origem à embalagem Ecoplástica® e ao sistema de vedação Ecocap®, estendendo o ciclo de vida dos materiais e reduzindo a extração de novos recursos naturais. As duas soluções são desenvolvidas, respectivamente, pela Campo Limpo Embalagens e pela Campo Limpo Tampas, idealizadas pelo inpEV. Os lucros da comercialização são reinvestidos no próprio Sistema.
A resina reciclada ainda pode ser usada na fabricação de outros 33 artefatos homologados, como tubos para esgoto (construção civil), postes de sinalização (setor de transportes) e cruzetas para postes (setor de energia)
Presença em todos os estados do país e no Distrito Federal.
390
unidades fixas de recebimento:
> 290 postos1: unidades menores, que recebem e separam as embalagens e as enviam às centrais. Gerenciados pelas associações de revendas e cooperativas.
> 100 centrais: unidades maiores, que recebem, separam e processam (compactação, enfardamento e ensacamento) as embalagens para a posterior destinação ambientalmente adequada. Atualmente, 59 centrais são geridas pelo inpEV (leia mais em Expansão das operações).
1 Considera os postos que movimentaram cargas em 2022.
4.353
recebimentos itinerantes em 2022.
Eventos que permitem a devolução das embalagens em locais mais distantes das unidades fixas, principalmente pelos pequenos produtores.
Cada embalagem de Ecoplástica® de 20 litros evita a emissão de 1,24 kg de CO2e.
DESEMPENHO DO SISTEMA
GRI 301-3, 306-2
Em dezembro, o Sistema Campo Limpo chegou a 700 mil toneladas de embalagens destinadas adequadamente desde 2002. Foram 52.538 toneladas somente em 2022, redução de 2% em relação ao ano anterior (53.573 toneladas destinadas). O resultado se deve, especialmente, a uma decisão estratégica do inpEV de recompor os níveis de estoque das unidades de recebimento, que considerou estudos internos e perspectivas de mercado. Para 2023, a meta de destinação é de 53.100 toneladas.
Além de considerar as embalagens de plástico e metal, as tampas e as caixas de papelão usadas no transporte, o volume total inclui as embalagens danificadas que não podem ser comercializadas e as embalagens com sobras de produtos e com produtos vencidos, em desuso ou que tiveram seu registro cancelado, mas não proibido. Todas as embalagens recebidas nessas circunstâncias são incineradas por parceiros especializados.
EMBALAGENS DESTINADAS (t) POR ESTADO – 2022
Volume (t)
%
Mato Grosso
14.684.717
28%
Paraná
6.586.952
12%
São Paulo
5.663.785
11%
Rio Grande do Sul
5.042.525
10%
Goiás
4.584.949
9%
Mato Grosso do Sul
3.967.204
8%
Bahia
3.661.785
7%
Minas Gerais
3.145.955
6%
Tocantins
1.119.539
2%
Maranhão
764.991
1%
Outros
3.315.352
6%
Total
52.537.754
100%
GESTÃO DE RESÍDUOS1 (t)
GRI 306-3, 306-4, 306-5
Não perigosos2
Perigosos3
2020
2021
2022
2020
2021
2022
Geração
45.676,2
48.460,8
47.382,2
4.303,5
5.112,5
5.155,5
Reciclagem ou reutilização
45.676,2
48.460,8
47.382,2
850,6
894,1
1.221,1
Incineração
0,0
0,0
0,0
3.453,0
4.218,4
3.934,4
1 Os processos de reciclagem e incineração são realizados externamente, por empresas parceiras; e a preparação das grades do reservatório Intermediate Bulk Container/IBC (405,8 toneladas em 2022) é feita internamente.
2 Aço, embalagens plásticas lavadas de polietileno coextrusado (COEX) e polietileno de alta densidade (PEAD), papelão, tampas recicladas e alumínio (embalagens e grades do IBC).
3 Reciclados: embalagens não lavadas (rígidas ou plásticas flexíveis), recicladas após processo de descontaminação. Incinerados: embalagens de vidro, bombona do reservatório IBC, hidróxido de alumínio e embalagens com sobras pós-consumo. As embalagens com sobras totalizaram 99 toneladas em 2020, 119 toneladas em 2021 e 121 toneladas em 2022.
Destinação de produtos ilegais
Em 2022, o Sistema Campo Limpo viabilizou a destinação ambientalmente adequada de 400 toneladas de produtos ilegais. A ação acontece em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Receita Federal, Polícia Federal, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e CropLife.