A trajetória do inpEV e da logística reversa do agronegócio se entrelaça com a história da economia circular no Brasil
No final da década de 1980, empresas do setor agrícola brasileiro se preocupavam em encontrar uma solução para garantir o descarte ambientalmente correto das embalagens de defensivos agrícolas. Naquela época, na ausência de dispositivos legais que regulassem o rejeite, as embalagens eram, muitas vezes, queimadas ou enterradas no campo pelos agricultores.
A preocupação com o impacto ao meio ambiente e à saúde pública mobilizou empresas, agricultores e poder público, que se uniram para encontrar uma solução. Essas tratativas levaram à aprovação da Lei Federal nº 9.974, criada em 2000 e regulamentada em 2002, que disciplinou a logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas no país.
Em paralelo às conversações que culminaram na nova lei, o setor agrícola se organizou e concebeu o seu modelo de logística reversa, o Sistema Campo Limpo. E, para fazer a sua gestão em um país com dimensão continental, foi fundado, em dezembro de 2001, o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) – que passou a atuar já em março de 2002.
Pioneirismo
Essa experiência da indústria do agronegócio estabeleceu as bases que hoje moldam o sistema de economia circular vigente no país, como a gestão integrada e o modelo de responsabilidades compartilhadas, e que levaram à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305), aprovada em 2010, oito anos depois do início das atividades do inpEV.
No modelo de responsabilidades compartilhadas, agricultores, canais de distribuição, indústria e poder público unem esforços para assegurar o descarte sustentável. Cada um com o seu papel, mas com um objetivo comum: a sustentabilidade da agricultura.
Saiba mais:
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Década de 1990
1992 - Criação do grupo de trabalho da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), que realiza os primeiros estudos sobre o fluxo das embalagens vazias.
1994 - Projeto piloto na cidade de Guariba (SP), em parceria com a Cooperativa Agroindustrial (Coplana).
1997 - Regulamentação da tríplice lavagem das embalagens.
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2000
Promulgação da lei nº 9.974/2000, que estabelece a responsabilidade compartilhada entre todos os elos da cadeia agrícola na destinação das embalagens.
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2001
Criação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) como entidade gestora do Sistema Campo Limpo, que começa a operar em março de 2002.
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2002
Publicação do decreto nº 4.074/2002, que regulamenta a lei nº 9.974/2000.
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2003
Criação do Sistema de Informações das Centrais de Recebimento (SIC).
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2005
Comemoração do Dia Nacional do Campo Limpo (DNCL).
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2006
Consolidação dos recebimentos itinerantes.
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2007
Criação do curso de Ensino a Distância (EAD) Campo Limpo.
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2008
- Oficialização do DNCL.
- Início da operação da Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A., responsável pelo desenvolvimento da embalagem Ecoplástica®, produzida a partir das resinas recicladas e exemplo de economia circular. GRI 306-2
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2009
Início do Programa de Educação Ambiental (PEA) Campo Limpo.
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2010
Aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que absorve conceitos praticados pelo inpEV (responsabilidade compartilhada, logística reversa, gestão integrada de resíduos sólidos e ecoeficiência).
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2014
Início da operação da Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas Ltda., que desenvolve, a partir de tampas pós-consumo destinadas pelo Sistema, o sistema de vedação de alta performance Ecocap®.
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2015
Adesão do inpEV ao Protocolo Climático do Estado de São Paulo.
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2017
Início do recebimento das sobras pós-consumo.
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2019
- Adesão do inpEV ao Pacto Global.
- Reconhecimento do PEA pela Organização das Nações Unidas (ONU).
- Inauguração da nova unidade da Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A.
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2020
Adaptação à pandemia de covid-19
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2021
20 anos de atuação
O aperfeiçoamento contínuo da gestão e a busca por eficiência e pela sustentabilidade do Sistema seguem avançando:- Programa de Gestão Integrada de Centrais: R$ 5,2 milhões economizados e 27% mais produtividade nessas unidades em três anos (52,5% das centrais sob gestão do inpEV).
- Nova prensa é desenvolvida sob medida para as centrais, com ganhos de eficiência.
- Sistema Campo Limpo é apresentado como modelo de eficiência e gestão sustentável na agricultura em evento na COP26. PEA e estudo de ecoeficiência integram publicação Acordo Ambiental São Paulo – 56 cases de sucesso, lançada na conferência.
- Memória e aprendizado compartilhados: Museu do Sistema Campo Limpo é inaugurado em Guariba (SP).
Para conhecer os marcos mais recentes do desempenho, acesse Sistema Campo Limpo em números.